quarta-feira, 9 de abril de 2008

Carta para a Tv Record - Sem Resposta

São Paulo, 06 de Fevereiro 2008

Ao

Domingo Espetacular

Rede Televisão Record – São Paulo.

A/c dos produtores:

Acompanho o “Domingo Espetacular” desde o seu dia de estréia. O objetivo da presente, é fornecer um tema para uma matéria neste conceituado programa. Faço hemodiálise 3 (tres) vezes por semana em 4 (quatro) horas diárias. Como eu milhares de pessoas fazem o mesmo em todo o Brasil. A matéria que eu proponho seria mostrar o que acontece com as pessoas que de certa forma perdem a função renal, por exemplo, por motivos diversos, e passam a depender da máquina para viver. E necessitam sem outra alternativa de um transplante. Cada dia se torna pior a falta de doadores e as clínicas para fazer a diálise já se encontram superlotadas. Veja o exemplo do Instituto Ressoar que pede a doação de órgãos. Parece ser a única voz ouvida na TV. Em São Paulo está muito difícil se conseguir uma vaga para fazer hemodiálise. Assim como em São Paulo, outros estados sofrem com a falta de clinicas especializadas. É o caso de Salvador (Ba) onde foi mostrada pela reportagem da Record, onde uma paciente que percorre 600km para ir a Salvador para o tratamento. E por ai vai. E qual é o futuro destas pessoas, quando não existe meios para o tratamento, onde o paciente só tem dois caminhos para sair da clínica – ou o transplante ou quando morre aguardando. Então fica ali 5, 10, 20 anos mantendo a vaga, enquanto outros ficam vagando procurando um lugar para o tratamento. Alguém precisa começar a gritar pela mudança do rigor das leis, ou coisa que o valha, que permita o uso e retirada de órgãos nos cadáveres, ou uma melhor assistência da policia técnica especializada em vista a morte por acidentes. Quantas pessoas morrem diàriamente em São Paulo em acidentes e os órgãos se perdem enquanto outros morrem pela falta destes mesmos órgãos. A vida que esta perdida no acidente poderia continuar, em outro corpo. Estou sugerindo esta idéia para que possa haver uma maior taxa de potenciais doadores, entre acidentes de trânsito e morte por ferimentos por arma de fogo. Mas a burocracia não deixa.A politica dos transplantes está ligada a uma legislação muito rigorosa. Preferem que se perca o outro corpo também, por burocracia, inépcia ou porque as autoridades demoram em aprimorar os procedimentos legais. Então lanço este pedido, para que se sensibilize o nosso governante e o povo em geral para mudar este quadro, não sómente pelo Instituto Ressoar, mas com uma boa matéria, uma boa reportagem.

Cito por exemplo a experiência passada pó um apresentador da Record Nordeste, que precisou de um transplante renal, e o que ele passou de dificuldades aqui em Sp, para conseguir a vida, internado em um hospital como o Osvaldo Cruz, de primeiro mundo. Vamos imaginar o caso de um cidadão comum, que precise de algo parecido. Não que eu entenda ser paciente de um Hospital como o Osvaldo Cruz como um privilegio mas o fato da procura de saúde sem uma solução; isto sim necessita que se faça algo.Pediria para que se mostrasse ao povo e aos governantes de forma pública, que cada dia aumentam os casos a espera de transplantes e não está havendo medidas para baixar ou modificar o quadro. Em que ponto se inicia a calamidade pública? Parece-me que só em Sp existem mais de 30.000 pessoas à espera de um transplante. E parece que ninguém percebe.

Devido ao insuficiente número de doadores falecidos, para atender a demanda, há um crescente número de pacientes em lista de espera para transplante renal, e uma elevada taxa de morte em lista de espera.

Assim sendo, o transplante tornou-se uma vítima de seu próprio sucesso,com um crescente distanciamento entre a demanda para transplante e a disponibilidade órgãos e tecidos.

A clinica onde faço a hemodiálise fica aqui em Taboão da Serra e atende vários municípios da parte sul e oeste de São Paulo, mas já está no limite do atendimento. Posso dizer que é uma clinica tipo primeiro mundo, mas e as outras? Porisso peço atenção da Record, porque esta emissora prima em apresentar bons temas e matérias jornalísticas de relevância, e tenho a certeza que a voz da emissora seria ouvida e vista por milhões. Uma reportagem no “Domingo Espetacular” ou “Câmera Record” mostrando os fatos, a prevenção, o que se deve fazer para não chegar a este ponto. O que o poder publico poderia fazer?. E como dar esperança para aqueles que esperam por um milagre?.

Muito obrigado pela atenção.


py2lh@ibest.com.br

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