domingo, 29 de junho de 2008

De olho na noticia - Sistema saturado?

Pela primeira vez desde que passou a ser medido, o número de novos pacientes dependentes de hemodiálise no País cresceu menos do que o esperado no ano passado. O que poderia ser boa notícia, na verdade esconde um sistema que parece dar mostras de não conseguir mais atender à demanda que não pára de crescer. Hoje são 73.605 brasileiros dependentes da terapia renal substitutiva. Em relação a 2006, quando existiam 70.872 pacientes, isso representa um crescimento de 4%. Bem abaixo da média de 10% registrada em anos anteriores. Porém, o número de pacientes na fila à espera de atendimento é crescente. Os especialistas apontam uma combinação perversa para explicar isso. Segundo eles, a remuneração insuficiente do Ministério da Saúde, que não acompanha o crescimento da demanda, é aliada à morosidade das secretarias da Saúde no repasse de verbas e à conseqüente incapacidade de investimentos das unidades para abrir vagas. Porém, o número de pacientes na fila à espera de atendimento é crescente. Os especialistas apontam uma combinação perversa para explicar isso. Segundo eles, a remuneração insuficiente do Ministério da Saúde, que não acompanha o crescimento da demanda, é aliada à morosidade das secretarias da Saúde no repasse de verbas e à conseqüente incapacidade de investimentos das unidades para abrir vagas. O coordenador do serviço de hemodiálise do Hospital Santa Marcelina, na zona leste de São Paulo, Rui Barata, afirma “Um doente renal crônico só entra em diálise hoje na vaga de um transplantado ou de alguém que morreu”. Os gastos do Ministério da Saúde com o procedimento passaram de R$ 600 milhões, em 2000, para R$ 1,2 bilhão, em 2007. Mesmo assim, o aumento parece insuficiente. No Estado de São Paulo, o teto fixado pela pasta é de R$ 13,3 milhões por mês. Quando esse valor é ultrapassado, o ônus fica a cargo das unidades de hemodiálise. Em São Paulo, o pagamento dos procedimentos de hemodiálise feitos em março foi depositado pela Secretaria Municipal da Saúde só em junho.
Emilio Sant’Anna
(Fonte: O Estado de S. Paulo)

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